quinta-feira, 18 de abril de 2013
ATENÇÃO !
Alunos do ENSINO MÉDIO. Banco de questões já se encontra disponível no PORTAL EDUCACIONAL.
segunda-feira, 15 de abril de 2013
6º ANO - ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA NAS ESCOLAS:
Muita
gente acredita, ainda hoje, que as aulas de Educação Física Escolar são apenas
um momento de lazer e desconcentração nas escolas. E, por isso, não se dá a devida
importância a essa que é uma disciplina essencial no currículo escolar, já que é
responsável pelo desenvolvimento motor das crianças e jovens. A
Educação Física nas escolas se torna importante devido:
·
Pois o exercício físico ainda é capaz de combater diversas doenças
relacionadas ao sedentarismo, como obesidade, diabetes e problemas cardíacos;
·
O professor de Educação Física na
escola é
uma pessoa extremamente importante na comunidade escolar;
·
As aulas de Educação Física na escola são diferentes do simples ato de
brincar no quintal de casa porque elas são instrutivas. Ensinam como as crianças podem mover o
corpo.
·
A Educação
Física é um conjunto de atividades físicas planejadas e
estruturadas, que estuda e explora a capacidade física e a aplicação do
movimento humano. O objetivo é melhorar o condicionamento físico e a saúde dos
praticantes, através da execução de exercícios físicos e atividades corporais.
terça-feira, 9 de abril de 2013
3º ANO - ENSINO MÉDIO "PRINCÍPIOS DA ATIVIDADE FÍSICA"
PRINCÍPIOS DA ATIVIDADE FÍSICA
A expressão
Qualidade de Vida foi empregada pela primeira vez pelo presidente dos Estados
Unidos, Lyndon Johnson, e, 1964, ao declarar que os objetivos não podem ser medidos através do balanço dos bancos. Eles
só podem ser medidos através da qualidade de vida que proporcionam às pessoas. O
interesse em conceitos como “padrão de vida” e “qualidade de vida” foi
inicialmente partilhado por cientistas sociais, filósofos e políticos. O
crescente desenvolvimento tecnológico da medicina e ciências afins trouxe como
uma conseqüência negativa a sua progressiva desumanização. Assim, a preocupação
com o conceito de qualidade de vida refere-se a um movimento dentro das
ciências humanas e biológicas no sentido de valorizar parâmetros mais amplos
que o controle se sintomas, a diminuição da mortalidade ou aumento da
expectativa de vida.
Qualidade de Vida
O termo qualidade de vida engloba diversos
aspectos da vida quando se considera a população geral. De acordo com a
Organização Mundial da Saúde (OMS), qualidade de vida é a percepção do
indivíduo de sua posição num contexto de cultura e sistema de valores no qual
ele vive, considerando seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações.
A boa
qualidade de vida depende de uma série de fatores, a exemplo da dimensão emocional e, principalmente,
da dimensão física. Há critérios
para melhor compreender essas dimensões.
- Critério biológico – condição de saúde e segurança, controle de riscos
ambientais e atendimento às necessidades físicas em geral.
- Critério psicológico – promoção da
autoestima e do desenvolvimento de capacidades pessoais e profissionais.
- Critério social – oportunidade de
lazer, esporte e cultura.
“Se não
encontrar tempo pra exercitar-se, encontrará tempo para adquirir patologias. A
qualidade de vida não depende só da saúde. Precisa-se aprender a
conquistá-la”. (Alexandre Santos)
A importância da Atividade Física
A atividade
supervisionada, quanto à quantidade e intensidade corretas, altera
positivamente a saúde do executante. Implica diminuição de riscos patológicos
por doenças cardiovasculares, com benefícios de melhoria da capacidade
aeróbica, redução do colesterol e da hipertensão arterial. Assim como o tabagismo
e a herança familiar de arteriosclerose, a inatividade é outro fator de risco
em todas as idades. O exercício regular diminui as chances de desenvolver
doenças como câncer, obesidade, diabetes e artrite.
É
imprescindível planejar o programa de exercícios, para evitar sobrecarga do
organismo que acarrete estresse desnecessário à saúde cardíaca.
O conceito
de aptidão física relacionada à saúde implica a participação de componentes
voltados às dimensões morfológica, funcional-motora, fisiológica e comportamental.
Dimensão morfológica – reúne componentes ligados
à composição e distribuição da gordura corporal, os quais apresentam alguma
relação com o melhor estado de saúde.
Dimensão funcional-motora – engloba a função
cardiorrespiratória (VO2 máximo) e a função músculo-esquelética (resistência
muscular localizada, força e flexibilidade).
Dimensão fisiológica – envolve algumas variáveis hemodinâmicas (pressão
sanguínea e frequência cardíaca), tolerância à glicose, níveis de lipídios
sanguíneos, dentre outros aspectos.
Dimensão comportamental – parece ter a tolerância ao estresse e às doenças
psicossomáticas como um dos componentes de maior destaque.
Atividade Física
A aptidão
física torna o indivíduo capaz de realizar atividades com vigor e energia, desenvolvendo
capacidades e protegendo o organismo de distúrbios orgânicos provocados pela
falta de atividade física.
Entende-se
por atividade física qualquer movimento corporal produzido pelos músculos
esqueléticos, o qual resulte em gasto energético maior que o dos níveis de
repouso. Assim, a quantidade de energia necessária à realização de determinado
movimento corporal traduz o nível de prática da atividade física exigido por
ele. Conforme essas definições, exercício físico é toda atividade física, planejada,
estruturada e repetitiva, que tem por objetivo a melhoria e a manutenção de um
ou mais componentes da aptidão física.
Do processo
da atividade física resulta o estado de aptidão física do indivíduo. Os
benefícios para a saúde associam-se tanto à atividade física (processo) quanto
à aptidão física (produto). Assim, quanto mais se pratica atividade física,
mais se desenvolve a aptidão física, resultando em melhor estado de saúde.
Justificativas
mais comuns para iniciar uma atividade física:
- aquisição
do corpo perfeito;
- perda de
peso;
- ordem
médica;
- preparação
física para práticas de esportes específicos.
Além de inúmeros outros benefícios,
realizar atividade física mantém o físico saudável, reforça a autoestima,
melhora a imagem corporal e produz a sensação de que se leva um estilo de vida
adequado, resultando em mais autonomia física e funcionalidade motriz.
6º ANO - HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA NO BRASIL
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
FÍSICA NO BRASIL
Os índios - No Brasil
colônia - Os primeiros habitantes, os índios, deram pouca contribuição a
não ser os movimentos rústicos naturais tais como nadar, correr atrás da caça,
lançar, e o arco e flecha. Na suas tradições incluem-se as danças, cada uma com
significado diferente: homenageando o sol, a lua, os Deuses da guerra e da paz,
os casamentos etc. Entre os jogos incluem-se as lutas, a peteca, a corrida de
troncos entre outras que não foram absorvidas pelos colonizadores. Sabe-se que
os índios não eram muito fortes e não se adaptavam ao trabalho escravo.
Os negros e a capoeira - Sabe-se que vieram para o Brasil
para o trabalho escravo e as fugas para os Quilombos os obrigava a lutar sem
armas contra os capitães-do-mato, homens a mando dos senhores de engenho que
entravam mato a dentro para recapturar os escravos. Com o instinto natural, os
negros descobriram ser o próprio corpo uma arma poderosa e o elemento surpresa.
A inspiração veio da observação da briga dos animais e das raízes culturais
africanas. O nome capoeira veio do mato onde entrincheiravam-se para treinar.
"Um estranho jogo de corpo dos escravos desferindo coices e marradas, como
se fossem verdadeiros animais indomáveis". São algumas das citações de
capitães-do-mato e comandantes de expedições descritas nos poucos alfarrábios
que restaram. Rui Barbosa mandou queimar tudo relacionado à escravidão.
Brasil Império - Em 1851 a lei de n.º 630 inclui a ginástica nos currículos escolares. Embora Rui Barbosa não quisesse que o povo soubesse da história dos negros, preconizava a obrigatoriedade da Educação Física nas escolas primárias de secundárias praticada 4 vezes por semana durante 30 minutos.
Brasil República - Essa foi uma época onde começou a profissionalização da Educação Física.
As políticas públicas - Até os anos 60 o processo ficou limitado ao desenvolvimento das estruturas organizacionais e administrativas específicas tais como: Divisão de Educação Física e o Conselho Nacional de Desportos.
Os anos 70, marcado pela ditadura militar, a Educação Física era usada, não para fins educativos, mas de propaganda do governo sendo todos os ramos e níveis de ensino voltada para os esportes de alto rendimento.
Nos anos 80 a Educação Física vive uma crise existencial à procura de propósitos voltados à sociedade. No esporte de alto rendimento a mudança nas estruturas de poder e os incentivos fiscais deram origem aos patrocínios e empresas podendo contratar atletas funcionários fazendo surgir uma boa geração de campeões das equipes Atlântica Boa Vista, Bradesco, Pirelli entre outras.
Brasil Império - Em 1851 a lei de n.º 630 inclui a ginástica nos currículos escolares. Embora Rui Barbosa não quisesse que o povo soubesse da história dos negros, preconizava a obrigatoriedade da Educação Física nas escolas primárias de secundárias praticada 4 vezes por semana durante 30 minutos.
Brasil República - Essa foi uma época onde começou a profissionalização da Educação Física.
As políticas públicas - Até os anos 60 o processo ficou limitado ao desenvolvimento das estruturas organizacionais e administrativas específicas tais como: Divisão de Educação Física e o Conselho Nacional de Desportos.
Os anos 70, marcado pela ditadura militar, a Educação Física era usada, não para fins educativos, mas de propaganda do governo sendo todos os ramos e níveis de ensino voltada para os esportes de alto rendimento.
Nos anos 80 a Educação Física vive uma crise existencial à procura de propósitos voltados à sociedade. No esporte de alto rendimento a mudança nas estruturas de poder e os incentivos fiscais deram origem aos patrocínios e empresas podendo contratar atletas funcionários fazendo surgir uma boa geração de campeões das equipes Atlântica Boa Vista, Bradesco, Pirelli entre outras.
Nos anos 90 o esporte passa a ser visto como meio de promoção
à saúde acessível a todos manifestada de três formas: esporte educação, esporte
participação e esporte performance. A Educação Física finalmente regulamentada
é de fato e de direito uma profissão a qual compete mediar e conduzir todo o
processo.
sexta-feira, 5 de abril de 2013
A Educação Física Escolar na prevenção de deformidades da coluna vertebral
Introdução
A postura humana tem sido objeto de estudo
biomecânico, uma vez que desvios estruturais e funcionais de atitude causam
desequilíbrio no sistema corporal, levando à compensações que podem gerar
alterações em suas estruturas e funções.
Durante a puberdade a coluna vertebral cresce
mais rapidamente que os membros. Músculos e tendões nem sempre acompanham o
crescimento ósseo. O adolescente leva tempo para acomodar-se com o seu novo
corpo e, nessa fase de muita introspecção, sensibilidade e até vergonha do
corpo é comum uma postura encolhida, um andar desengonçado, uma certa
descoordenação dos movimentos. Sabe-se que as crianças são mais suscetíveis às
alterações posturais, pois encontram-se em período de crescimento e de
acomodação das estruturas anatômicas dos seus corpos.
Os hábitos da vida moderna contribuem para o
surgimento de dores musculares e sérios problemas na coluna vertebral. Dentre
as várias agressões ao nosso corpo, merece destaque a forma como os nossos
alunos estão sentando em sala de aula, carregando suas mochilas (Figura 1),
sentados à frente do computador, etc.
É necessário que urgentemente os alunos se
conscientizem da necessidade de rever suas posturas principalmente em sala de
aula, local onde passam boa parte do seu dia, e que tenham atitudes que evitem
lesões em suas colunas na fase adulta.
Neste contexto a Educação Física escolar,
torna-se um dos meios para a prevenção de deformidades na coluna vertebral,
através de suas atividades físicas orientadas por profissional qualificado.
Causas
dos problemas da coluna vertebral
Um dos maiores problemas que assolam os países
em desenvolvimento são os males da Coluna, que contribuem sobremaneira para
limitar a “vida ativa” de seus habitantes, tornando-os, na maioria dos casos,
precocemente incapacitados para o trabalho, interrompendo assim uma existência
produtiva e acarretando ônus social para o Estado.
No Brasil, estatísticas demonstram que há uma
parcela significativa da população acometida por esse mal. Os problemas da
coluna, em geral, devem ser detectados o mais precocemente possível, e, em
seguida, tratados.
A maioria dos Acometimentos Espinhais, segundo
Momesso (1997) são originados de “Forma Idiopática”; entretanto, como causa
discernível e de magnitude primeira, teríamos os já tão decantados em prosa e
verso “Vícios Posturais”, que poderiam ser ocasionados por:
a.
Traumatismos;
b.
Enfermidades;
c.
Hábitos;
d.
Debilidade muscular ou nervosa;
e.
Atitude mental;
f.
Herança;
g.
Indumentária inadequada.
Nesse contexto, faz necessário, primeiramente
definirmos postura, para podermos abordar mais adiante as deformidades na
coluna vertebral e suas formas de prevenção.
Postura
Definir Postura ideal é praticamente
impossível. Porém, para Momesso (1997) postura, é a atitude que o corpo adota,
mediante um apoio durante a “Inatividade Muscular”, por meio da ação coordenada
de vários ligamentos e músculos, que atuam para manter a estabilidade ou para
assumir a base essencial, que se adapta constantemente ao movimento a realizar.
A postura correta é caracterizada por um
equilíbrio dinâmico dos vários segmentos corporais nos planos sagital,
longitudinal e axial, nas suas mais variadas posições, caracterizando-se por um
máximo de eficiência fisiológica e biomecânica (ligamentar e
tendíneo-muscular), requerendo um mínimo de esforço e tensão (MOMESSO, 1997).
As articulações devem manter-se em bom
equilíbrio com o objetivo de proteger as estruturas (os músculos e ossos) de
traumatismos e deformidades.
A postura é incorreta e defeituosa, quando é
ineficiente ao propósito a que se destina ou quando um grande esforço é
requerido para mantê-la. O desequilíbrio dos segmentos corporais na posição
ereta nos planos sagital, longitudinal e axial podem conduzir à necessidade de
um trabalho muscular adicional para manter o equilíbrio (MOMESSO, 1997).
O aumento exagerado das curvas da Coluna
Vertebral advém de Posturas Viciosas, sendo desagradável do ponto de vista
estético e podendo causar problemas psicológicos.
Basicamente a má postura produz os seguintes
problemas posturais:
1.
No sentido ântero-posterior: Hiperlordose Cervical, Hipercifose
Torácica, Hiperlordose Lombar, Hipercifose Sacral.
2.
No sentido látero-lateral: Escoliose em ‘C”, Escoliose em “S”.
(MOMESSO, 1997, p.20).
Avaliação postural nas aulas de Educação Física
A avaliação postural se faz importante para que
possamos mensurar os desequilíbrios e adequarmos a melhor postura a cada
indivíduo, possibilitando a reestruturação completa de nossas cadeias
musculares e seus posicionamentos no movimento e/ou na estática. A partir deste
procedimento, estaremos com certeza promovendo a prevenção de muitos males
causados inicialmente pela má postura, fruto de ausência de controle e
informação. Para a avaliação postural podemos utilizar alguns materiais, nas
aulas de Educação Física, para melhor avaliar os alunos submetidos ao programa
de atividades re-educativas.
a.
Métodos objetivos: uso de radiografia (solicitada pelo médico que
acompanha o programa),fotografia.
b.
Métodos subjetivos: o uso do tato e da visão, observando o aluno
de costas, perfil direito, perfil esquerdo, frente e antero-flexão, à frente do
simetrógrafo. O aluno deverá estar em traje de banho, nas as aulas de Educação
Física, de maneira a favorecer a visão do observador para uma melhor
visualização das alterações posturais.
Devemos observar nosso aluno como um todo, pois
um desequilíbrio postural jamais se apresenta de forma isolada, portanto,
devemos estabelecer critérios de adaptação morfológica e funcional quanto ao
equilíbrio e a coordenação dos movimentos do corpo. Não importando o plano que
estaremos analisando, devemos estar associando sempre a linha de gravidade. Os
segmentos que não estiverem compatíveis com o eixo perpendicular ao solo
estarão em desequilíbrios (PROGRAMA POSTURAL, 2008).
Caberia, portanto, ao professor de Educação
Física, educador e agente de saúde conduzir seu trabalho com o máximo de
segurança fazendo uso para isso, de recomendações como: anamnese, observação e
orientação dos alunos. (BARBOSA, 1999).
O objetivo principal da avaliação postural na
escola é identificar os desequilíbrios mais evidentes a fim de evitar
prescrição de exercícios que possam vir a acentuar esses desequilíbrios. Mais
do que prescrever atividades físicas, a função do professor de Educação Física
é orientar.
Maus hábitos posturais
As posturas são mantidas, segundo Ribeiro
(1999), devido à coordenação neuromuscular, na qual os músculos envolvidos são
inervados através de mecanismos de reflexo.
A maneira de sentar-se de algumas crianças,
pode ter um efeito prejudicial, sobre a nutrição dos discos intervertebrais,
aumento na atividade muscular, entre outras conseqüências.
Embora algumas pessoas consigam sentar-se
confortavelmente e relaxarem muitas posições sem grande incremento na atividade
dos músculos, as pessoas tensas exibem um aumento pronunciado na atividade
muscular em várias posturas e durante a realização de tarefas, não relaxando
completamente em mais do que umas poucas posições. Quando os músculos espinhais
se contraem, apresentam um efeito compressivo sobre os discos intervertebrais;
conseqüentemente, contrações musculares excessivas durante solicitações
corriqueiras podem ter um efeito prejudicial sobre a nutrição dos discos, uma
vez que este é dependente da embebição de fluido que ocorre quando a compressão
é reduzida (RIBEIRO, 1999, p.31).
Em diversos países, crianças em idade escolar,
vêem apresentando um aumento considerável de dores nas costas a ponto de tal
situação ser tida como epidêmica, mais de 50% das crianças, à partir de 11
anos, tem ou já tiveram dores nas costas. Os fatores que levam a este aumento
são vários e cumulativos ao longo dos anos, fazendo com que 80% da população
adulta chegue a ser afetada por dores nas costas (TÉCNICA DE ALEXANDER, 2008). É
muito fácil observar uma criança de 4 anos de idade com uma bela postura
associada a agilidade e facilidade de movimento, elas estão o tempo todo
mudando o seu movimento de acordo com o seu humor. Elas não precisam ficar
imobilizadas em um lugar pré-determinado por um tempo definido (TÉCNICA DE
ALEXANDER, 2008).
Em contraste, quando a maioria das crianças
deixa a escola, a sua espontaneidade desapareceu, seus movimentos e atenção são
restritos e enraizados em hábitos posturais não conscientes. Os especialistas
enumeram vários fatores que contribuem para a formação destes maus hábitos
posturais. O primeiro deles é a imitação. O processo de aprendizagem na
infância se dá através da observação das pessoas à sua volta, dos hábitos
posturais dos adultos e das suas reações físicas e mentais às situações do
cotidiano.
Outro fator pode ser encontrado no medo, como
mecanismo de proteção físico e mental que a criança aciona ao longo dos anos
para lidar com as situações estressantes, incertezas e ameaça de fracassar.
Outra causa dos maus hábitos de postura e
movimento se encontra nas salas de aula: inadequação do mobiliário escolar à
criança, longos períodos sentados em sala de aula para cumprir a grade escolar,
peso das bolsas e mochilas com material didático, introdução do uso de
computadores, entre outros.
Todos esses fatores geram o desenvolvimento de
hábitos posturais prejudiciais que levam a desorganização do equilíbrio e
coordenação da criança, produzindo tensão muscular em excesso, ombros para
frente ou enrijecidos, costas arqueadas, dificuldade de atenção. Essa
interferência na coordenação tende a afetar a criança em todos os níveis de sua
vida. (TÉCNICA DE ALEXANDER, 2008).
Defeitos posturais
Para manutenção de sua forma da direção e
equilíbrio, a coluna conta com a força ativa da poderosa musculatura que a
envolve, e é formada por músculos intrínsecos.
Hipercifose dorsal – que pode ser dorsal ou
sacral, é um aumento da angulação convexa posterior da coluna, no plano
sagital, apresentando os ombros caídos que estão intimamente relacionados,
constituindo um desvio para frente da cintura escapular. Caracteriza-se pela
hipertrofia do peitoral maior com hipotonia da musculatura posterior do tórax
(rombóides maior e menor da porção média do trapézio). Angulação normal de 20 a
40 graus. É um exagero da curvatura dorsal fisiológica que geralmente é
compensada por uma hiperlordose lombar e cervical. A hipercifose dorsal pode
ser flexível ou rígida.
Hiperlordose – é uma curvatura exagerada na
região cervical ou lombar, acompanhada de inclinação da pelve para frente.
Hipertonia da musculatura da região lombar (musculatura pós-vertebral inferior
– psoas maior) e hipotonia da musculatura abdominal. Normalmente são mais
encontradas nas mulheres.
Dorso-plano (cifose lombar) – caracteriza-se
por uma diminuição anormal da curvatura lombar. Esta deformação está freqüentemente
associada aos ombros caídos, tórax plano e abdômen proeminente, caracterizando
o quadro clínico de fadiga.
Escoliose – é uma curvatura lateral da coluna.
Podendo ser estrutural ou não estrutural. A progressão depende em, grande
parte, da idade que ela inicia e da magnitude do ângulo da curvatura durante o
período de crescimento (MOE, 1994). Representa uma combinação de desvio lateral
e rotação longitudinal. Na maioria dos casos, os músculos do lado côncavo estão
debilitados. Isto se atribui ao desequilíbrio do músculo profundo
(semi-espinhoso, espinhoso e rotadores) que são as principais causas da má
postura ou deformação (PROGRAMA POSTURAL, 2008).
Segundo Silva Filho (1999), não existe uma
conscientização por parte de pais e filhos, das autoridades e de um grande
segmento dos profissionais da saúde, sobre a importância do tratamento precoce
para as deformidades da coluna vertebral em geral. Dificuldade esta que
constitui uma enorme barreira, pois não falamos só de leigos, mas também de outras
pessoas relacionadas à área da saúde.
Prevenção de deformidades da coluna vertebral nas aulas de
Educação Física
A conscientização de uma postura correta deve
ser iniciada nas crianças com idade escolar, pois o estilo de vida atual torna
as crianças mais sedentárias do que no passado, quando ao experimentar vários
tipos de brincadeiras, promoviam um maior equilíbrio tanto estático como
dinâmico, evitando grandes retrações musculares e fixações articulares.
As crianças e adolescentes têm uma grande
tendência a desenvolver essas retrações e fixações por causa do tempo em que
permanecem exercendo apenas um tipo de postura, principalmente na posição
sentada (estático), seja em frente do computador, dentro da sala de aula ou até
mesmo, em esportes (dinâmico) praticados nas aulas de Educação Física ou fora
delas, visto que uma postura errada causa, desequilíbrio, dor, desconforto,
desatenção, dificultando a concentração, o intelecto e, dependendo do caso, a
recusa em praticar esportes.
Os esportes mais praticados pelas crianças nem
sempre são uma garantia de que não desenvolverão algum problema de coluna. Se o
indivíduo praticar apenas um esporte durante um longo período, pode ficar
exposto a um desequilíbrio entre as cadeias musculares, como por exemplo, o
futebol que apesar de priorizar ambos membros inferiores, coxas e pernas, não
deixa de ser unilateral (chute com a perna dominante) além de não ser dada à
devida atenção ao receptor podal (pé), que é o principal responsável pelo
desequilíbrio sagital, pois é a base do corpo.
É necessário estar atento tanto na maneira que
o aluno senta e posiciona os pés (altura da cadeira), quanto na maneira como
ele se desloca (desequilíbrio dinâmico) na quadra, na pista, pois os pés são
chamados de “tampão central” e fazem a fixação final, além de terem a
capacidade de memorizar todo o desequilíbrio do corpo tentando, de uma forma ou
de outra, re-equilibrar a postura. Este sistema é, portanto, capaz de funcionar
em seu desequilíbrio, mas incapaz de corrigir-se sozinho (PROGRAMA POSTURAL,
2008).
A postura é uma posição ou a atitude do corpo
formada pelo arranjo relativo de suas partes para uma atividade específica; ou,
ainda, uma maneira característica de alguém sustentar seu corpo, orientada pela
força da gravidade. Por meio do controle de equilíbrio é que conseguimos
realizar, com um determinado padrão de eficiência, as atividades da vida
diária, de acordo com as nossas necessidades, destacando-se a importância da
manutenção da postura ereta para ações como a locomoção, manipulação de
objetos, entre outras.
O equilíbrio postural pode ser separado em
estático e dinâmico. A regulação estática refere-se às posturas estáticas,
enquanto que a dinâmica acontece durante a movimentação ou locomoção. Quando,
por qualquer motivo, funcional ou anatômico, desregula-se algum dos receptores
do sistema tônico postural, surgem informações anormais capazes de alterar o
fino equilíbrio do sistema. Desta situação anômala surgem esquemas corporais
alternativos, produzindo fenômenos posturais estáticos e dinâmicos
indesejáveis.
Os crescentes casos de crianças e adolescentes
que apresentam má postura devido ao sedentarismo, aliado às novas brincadeiras
tecnológicas, geralmente na posição sentada, justifica esta proposta, que
oferece uma intervenção para desenvolver uma atitude postural consciente, que
beneficiará futuramente o aluno tanto a nível intelectual, quanto físico
(PROGRAMA POSTURAL, 2008).
Conclusão
Podemos concluir que a postura ideal é um
pressuposto muito difícil de ser alcançado, sendo um dos maiores problemas dos
países em desenvolvimento, principalmente no que diz respeito às deformidades
da coluna vertebral. Em virtude disto, faz-se necessário um estudo mais
aprofundado das formas de prevenção, avaliação e identificação dos hábitos e
deformidades posturais dos alunos das escolas brasileiras, em especial da
cidade do Rio de Janeiro.
Neste contexto, o profissional de Educação
Física deve exercer um papel de extrema importância, pondo em prática seus
conhecimentos acadêmicos, na área da saúde, para promover o bem-estar social,
traduzindo em uma postura correta, com o objetivo de prevenir seus alunos e
conscientizá-los da importância da coluna vertebral para sua qualidade de vida,
a fim de que eles mudem seus hábitos, tendo também o professor o dever de não
promover somente o desenvolvimento psicomotor da criança, mas também o social e
psicológico, uma vez que conscientização e mudanças de atitudes precisam
caminhar juntas.
Referências
·
BARBOSA, C. L. de A. Educação
Física Escolar: da alienação à liberdade- Petrópolis. Rio de Janeiro:
Vozes, 1999.
·
MOE, J. e C. Escoliose
e outras Deformidades da Coluna. São Paulo: Santos,1994.
·
MOMESSO, R. B. Proteja
sua coluna. São Paulo: Ícone
Editora, 1997.
·
PROGRAMA POSTURAL. Disponível em:
www.programapostural.com.br, Acesso em 06 Jun. 2008.
·
RIBEIRO, C. das N. Análise
morfofuncional da coluna vertebral e suas posturas preventivas. Universidade Castelo Branco: Rio de
Janeiro, 1999.
·
SILVA FILHO, L. M. Fisioterapia
da Escoliose Idiopática. 1ª ed., Rio de Janeiro: EPUB, 1999.
·
TÉCNICA DE ALEXANDER. Disponível em:
www.tecnicadealexander.com.br, Acesso em 04 Jun. 2008.
AUTORES:
Rafael Valladão
Licenciado em Educação Física pela Universidade Castelo Branco (UCB/RJ)
Pós-graduando em Elaboração e Gestão de Projetos sócio-esportivos pela
UCB/RJ
Integrante do grupo de Cultura Corporal da UCB/RJ
Paula Fernanda da Costa Lima
Amanda Rodrigues Barroso
Licenciadas em Educação Física pela UCB/RJ
Graduandas do bacharelado em Educação Física pela UCB/RJ
Assinar:
Postagens (Atom)